sábado, 1 de novembro de 2008

Arquitetura da Destruiçao

Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC
Discentes: Égila Passos, Érika Passos, Emilly Nogueira, Ítala Santana e Marília Gabriela.
Data: 01/11/2008.
Curso: Comunicação Social
Disciplina: Teorias da Imagem
Docente: Otávio Filho



RESENHA CRÍTICA

Cohen Peter. Arquitetura da Destruição. Direção: Peter Cohen. Elenco: Bruno Ganz, Rolf Arsenius, Sam Gray. Suécia, 1992.


1. CREDENCIAIS DO AUTOR

Peter Cohen é um cineasta sueco , nascido na cidade de Lund. Sua principal obra, um documentário que levou alguns anos para atingir os cinemas alternativos dos Estados Unidos da América e Brasil. Outras obras:

Cohen Peter. The Story of Chaim Rubowski and the Jews of Lodz 1984.

______ Homo Sapien 1900 (1998).


2. RESUMO DA OBRA

O documentário “Arquitetura da Destruição” conduz o espectador a refletir sobre uma outra vertente do Nazismo (1933-1945), mostra o movimento de um ângulo diferente dos retratados nos livros de história, em que revela o assunto como sendo de ordem política. Neste filme ele é analisado também do ponto de vista artístico e estético, através de uma linguagem rica, simplificada. Esclarece pontos importantes, mostrando suas reais influências e interesses, retratando a fixação de Adolf Hitler pela arte e pela beleza.



3. PRINCIPAIS PONTOS ABORDADOS NA OBRA

No início dos anos 30, dissipava-se na Alemanha um conceito do Nacionalismo-Socialismo, construído pelo povo, que relacionava o Nazismo com a pureza e caracterizado pela rejeição sexual.

No período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha vivia grandes manifestações artísticas. Adolf Hitler (de origem austríaca, condutor do Terceiro Reich) que havia assumido o poder era um amante da arte, ele era um artista não um político, o seu maior sonho era ser arquiteto. Como isso não aconteceu, viu na política a fonte para expressar suas idéias, criando símbolos, propagandas de acordo com seus dons artísticos. Hitler também tinha Wagner como referência, como ele mesmo afirmou: “Só entende o Nazismo, quem conhece Wagner”. Ele era o seu maior ídolo e absorveu as propostas dele, apoiou-se nos ideais anti-semitistas, ao legado nórdico e o mito do sangue puro.

Dessa paixão que Hitler nutria pelo belo desencadeia todo o massacre do Nazismo e da Segunda Guerra Mundial. O fenômeno do embelezamento do mundo em todos os sentidos, tinha como parâmetro a Antiguidade, Grécia (em destaque Esparta, “O Estado de raça mais pura”) e Roma. Para Hitler a volta ao passado poderia mudar o que estava sendo retratado na sociedade, como a arte de vanguarda, a arte moderna, também chamada de “arte degenerada” sendo comparadas a doenças que se espalhava na sociedade e precisava ser combatida, com uma nova cultura.

Em face disso, a estética ganhava força, era uma das prioridades do governo nazista. Durante este período, a Alemanha passou por grandes transformações arquitetônicas com a construção de grandes museus, a Chancelaria. Com o estopim da Segunda Guerra, as manifestações artísticas não cessaram, as conquistas territoriais significaram também conquistas de obras artísticas e inspiração para as novas construções alemãs. Foi durante este tempo também, que se desenvolveu um novo princípio: que a beleza é a saúde, a arte como espelho da saúde racial. Como também começou haver o massacre ao povo judeu, considerados como um atraso na cultura, parasitas da arte.

Neste momento da história se consegue ver os dois extremos do mundo construídos por Hitler: a arte (sensível) e a ciência-medicina (inteligível). Ele usava a medicina estética para transformar a realidade no imaginário da arte, ali o artista tinha a função de criar um novo homem, forte, bonito e saudável segundo os seus padrões de beleza.

O documentário revela que a força motriz do nazismo foi a estética, sua maior missão era o embelezamento do mundo. Observa-se que tudo que aconteceu neste período estava em função da arte. Nota-se a dimensão do poder ideológico de Hitler, alguém que conseguiu manipular todas as classes de uma nação com argumentos “convincentes” de que a raça ariana era pura e que as demais tinham que ser eliminadas, a Alemanha se tornaria a nação da arte, da expressividade do belo. E engana-se quem pensa que os ideais de Adolf Hitler morreu com ele, ainda há aqueles que cultuam a arte clássica, a arte pela arte, o belo.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Contraponto entre os textos da Folha de São Paulo e o de Carlos Ginzburg – Ticiano, Ovídio e os Códigos da Figuração Erótica no Século XVI.

Universidade Estadual de Santa Cruz
Curso: Comunicação Social – 2008.1
Disciplina: Teorias da Imagem
Professor: Otávio Filho
Aluna: Érika Passos

O tema que está em discussão nesta crítica é o erotismo. Assunto amplo e polêmico e presente nas pinturas e poemas do século XVI, ainda causa pudor numa esfera que conquistamos por lutas pela liberdade de expressão. Exemplo da ignorância em sustentar tabus, foi o que ocorreu com o professor Oswaldo Martins Texeira, 47 demitido por escrever poemas eróticos, detalhe, ele ensinava numa instituição particular do Rio de Janeiro que prima o conhecimento liberal. O caso foi estampado nas páginas dos jornais, inclusive a Folha de São Paulo, a autora Laura Capriglioine assinala que os estudantes têm acesso a livros Manuel bandeira, Carlos Drummond de Andrade e outros poetas que já escreveram obras de conteúdo erótico, por que cargas d’água então um poeta contemporâneo a estes não pode expor sua obra? Em 2008 numa sociedade onde tudo está ao alcance, seja nas escolas, nas conversas entre amigos, na internet, pais privam os filhos de um conhecimento que acreditam ser proibidos. Em outra matéria o colunista da Folha de São Paulo indaga, para que transformação se a sociedade não evolui intelectualmente? A imagem erótica, do século XXI carrega o mesmo mistério do século XVI, há quem não banalize essa forma sensual de mostrar a natureza humana.

Referências:
GINZBURG, Carlos. Ticiano, Ovídio e os códigos da figuração erótica no século XVI. Editora Schwarz, 1939. São Paulo, SP.
FOLHA DE SÃO PAULO. A guerra das palavras. Caderno Mais - 05/10/2008.
FOLHA DE SÃO PAULO. Arbítrio dos outros. Caderno Mais - 05/10/2008.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Contraponto entre os textos da Folha de São Paulo e o de Carlos Ginzburg – Ticiano, Ovídio e os Códigos da Figuração Erótica no Século XVI.
por: Égila Passos

A priori o que venha ser erotismo? A gênese dessa palavra está no berço grego, “erotos”, com o sentido de amor e significa paixão amorosa, amor lúbrico, ou seja, que não tem atrito, amor que produz um relacionamento saudável. A palavra erotismo, embora usada com uma conotação negativa, retrata um amor altruísta e não destruidor. Esse termo também foi muito questionado durante o século XVI pela Igreja no âmbito da imagem. O texto de Carlo Ginzburg revela que a hierarquia Católica se preocupava com intencionalidade e a supra-intencionalidade da imagem erótica, sendo que estas eram reservadas somente para a elite da época, a massa não tinha o acesso. Havia-se uma preocupação com o que estava sendo exposto para sociedade, a Igreja tentava subtrair à visão as imagens que tivessem mesmo que um mínimo de potencialidade erótica. Assim foi com as pinturas de Ticiano.

E em pleno o século XXI, são perceptíveis na sociedade as tentativas de repreensão a tudo que apresente na sua essência o erotismo. Recentemente deparamos com a censura no Rio de Janeiro a um professor de literatura e poeta Oswaldo Martins Teixeira, que foi recriminado pela escola em que lecionava - a qual afirma estimular a expansão cultural -, pelo fato de escrever poemas eróticos. Ele ao se defender afirma: “... Estou muito mais preocupado com o obscurantismo, com a certeza dos censores. A poesia luta contra isso...” A sociedade que proclama a liberdade de expressão, não pensa e agi da mesma forma. Ainda faz-se presente na sociedade contemporânea às trevas da Idade Média, a obscuridade. Com isso, vê-se a necessidade de um despertar verdadeiro para enxergar a arte na sua essência, na sua totalidade.




Contraponto crítico entre os textos da Folha de São Paulo e o de Carlos Ginzburg - Ticiano, Ovídio e os códigos da figuração erótica no século XVI.

Universidade Estadual de Santa Cruz
Comunicação social - 2008.1.
Disciplina: teorias da imagem
Docente: Otávio Filho
Discente: Marília Gabriela Morais Borges.


Referências:

GINZBURG, Carlos. Ticiano, Ovídio e os códigos da figuração erótica no século XVI. Editora Schwarz, 1939. São Paulo, SP.
FOLHA DE SÃO PAULO. A guerra das palavras. Caderno Mais - 05/10/2008.
FOLHA DE SÃO PAULO. Arbítrio dos outros. Caderno Mais - 05/10/2008.


A partir do texto de Carlos Ginzburg, é possível estabelecer uma relação entre a figuração erótica no século XVI e a do século XXI, a partir do episódio na escola do Rio de Janeiro, o qual foi noticiado no jornal Folha de São Paulo. A priori é necessário compreender que no século XVI a imagem foi muito debatida, nessa época, as imagens deixam de ser somente para representação religiosa, existiam imagens para estimular a piedade religiosa e o apetite sexual. A reforma Protestante, em seu êxtase, instigava o povo a refletir sobre a real utilização das imagens, preocupando a hierarquia da igreja Católica que queria controlar a vida sexual e restabelecer a relação com seus fiéis. Após muitos séculos, a consciência do caráter histórico das imagens, ainda é presente na sociedade. O fato que aconteceu no Rio de Janeiro simboliza muito bem isso. "Uma escola que estimula a expansão cultural", demitiu um professor, devido a sua atividade paralela: escritor de poemas eróticos, como afirmou Laura Capriglione em uma reportagem do jornal Folha de São Paulo. Desde que foi descoberto a outra atividade do professor, os pais ficaram receosos e diante disso, solicitaram que a escola demitisse o professor, esta por sua vez atendeu imediatamente o pedido dos pais. Assim como a igreja católica tentou coibir as imagens eróticas, a escola e a sociedade censuram os poemas eróticos. O erotismo, ainda é visto com preconceito pela sociedade contemporânea.

Contraponto Crítico entre os textos da Folha de São Paulo e o de Carlo Ginzburg-Ticiano, Ovídio e os códigos da Figuração Erótica do Séc. XVI


Universidade Estadual de Santa Cruz
Docente: Otávio Filho
Disciplina: Teoria da imagem
Discentes: Ítala Santana
Comunicação Social-2008.1



O mundo passa por transformações nunca antes imaginadas pelo homem provenientes dos avanços tecnológicos inseridos em quase todas as atividades realizadas na comunidade. A vida ganha um ritmo acelerado e á mudança nos valores, crenças e costumes que conduzem os povos, porém apesar das transformações aparentes, a algo que não muda: a soberania de um grupo sobre outro. O conhecimento é distribuído quase sempre nas mãos de poucos, e os outros sobrevivem às “migalhas” que não são censuradas. A imagem que é fonte de conhecimento passou a ser também perseguida, desde surgimento da arte de criação de imagem há uma vulgarização e a interdição de algumas que não atendiam aos anseios dos grupos que obtinham o poder. Um exemplo disso ocorreu no século XVI com as pinturas de Ticiano, suas imagens por tratarem de um tema polêmico o erotismo, sofreu represálias da igreja católica, que na época representava um maior domínio sobre as pessoas, sua arte foi classificada como imoral por despertar desejos carnais e, além disso, questionamentos, por isso restrita há pouco.
Não muito distante da censura sofrida por Ticiano, só que com cinco séculos de distância, o poeta Oswaldo Teixeira foi demitido da escola que ensinava por escrever poemas que tratavam sobre o erotismo, porém diferente do que os pais dos seu ex-alunos acreditavam, suas poesias estão longe da vulgaridade e promiscuidade presente em revistas como a “playboy”, ou nas “mulheres frutas”, que não tem nada a acrescentar culturalmente a estes alunos. Por mais que o discurso aparente ser bem pouca coisa, as interdições que o atingem revelam logo, rapidamente, sua ligação com o desejo e com o poder. A Folha de São Paulo acertou revelando a história deste poeta, pois a censura é algo inadmissível, pois liberdade de expressão é o principio para igualdade entre todas as classes sociais que compõe a sociedade e esta por sua vez ganhará mais dinamismo e menos pessoas alienadas.



GINZBURG, Carlos. Ticiano, Ovídio e os códigos da figuração erótica no século XVI. Editora Schwarz, 1939. São Paulo, SP.FOLHA DE SÃO PAULO. A guerra das palavras. Caderno Mais - 05/10/2008.FOLHA DE SÃO PAULO. Arbítrio dos outros. Caderno Mais - 05/10/2008.

domingo, 12 de outubro de 2008

Contraponto Crítico entre os textos da Folha de São Paulo e o de Carlo Ginzburg-Ticiano, Ovídio e os códigos da Figuração Erótica do Séc. XVI

Por Emilly Nogueira



A era da arte deveria ser um momento da plena liberdade humana, ocorreria no caso uma libertação dos seres humanos perante a Igreja e suas imagens sacras. Porém isso nunca aconteceu, o texto “Ticiano, Ovídio e os códigos da figuração erótica no séc. XVI” trata do início e “possível” fim da censura à arte erótica, o texto mostra a censura às obras de Ticiano por serem consideradas eróticas (impróprias), e a forma que a Igreja se posicionava em relação a isso, o seu medo perante o tão grande poder da imagem.
Ao contrário do plausível, a censura à arte e a literatura erótica não permaneceram somente no século XVI, até hoje no tempo tido como moderno isso continua ocorrendo. A pouco foi noticiado na Folha de São Paulo à história de um professor que foi demitido da escola onde lecionava por ser um poeta erótico e escrever poemas “impróprios” para os seus alunos, esse é um retrato da sociedade que se diz liberal e que na verdade não passa de antiga e presa a certos valores um tanto quanto ultrapassados.
Esse professor foi demitido por uma escola dita moderna e construtiva, que não passa de um reflexo da sociedade em que vivemos “... o aspecto autoritário que, como sombra perversa, permanece entranhada na sociedade brasileira”.
A luta dos poetas pela liberdade de pensamento sempre existiu e pelo jeito terá que continuar existindo por muito tempo. Para dá um fim nisso, deve-se acreditar na capacidade de discernimento dos espectadores.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

"Ticiano, Ovídio e os Códigos da Figuração Erótica no Século XVI"

Emilly Francielle Nogueira
II semestre- Comunicação Social-Rádio e TV
Disciplina: Teorias da imagem
Professor: Otávio Filho

Carlo Ginzburg em seu texto analisa o erotismo no século XVI a partir das obras de Ticiano. Ele enumera as principais problemáticas sobre o assunto, respondendo questões sobre o erotismo, revelando que o ato erótico depende de ser ou não expressado diretamente o ato sexual, e que varia de acordo com a realidade do espectador-fruidor.
Ele faz uma passagem pela visão da Igreja Católica em relação às imagens eróticas, que era e é contra, devido à consciência que a Igreja tem da função decisiva das imagens, um medo de perder o controle da vida sexual dos fiéis.

Estudiosos discutiam a respeito das obras de Ticiano, se poderiam ou não ser consideradas “intencionalmente eróticas”. Foi criada a hipótese que Ticiano extraiu de Ovídio sua inspiração, porém tentaram provar e quase conseguiram que ele não entendia a língua que Ovídio escrevia (latim), negando essa hipótese.
Essas questões ainda devem ser exploradas, como forma de provar que os artistas da época projetavam as suas fantasias ocultas nos gestos amorosos dos deuses.


IMAGENS ERÓTICAS DO SÉCULO XVI- Exposição feita pela Biblioteca Nacional da França, em Paris:



Ilustração do romance Thérèse Philosophe, de 1748




O "inferno" reúne atualmente cerca de 2 mil obras, entre livros e gravuras mantidas longe do público até agora.





O acervo que a Biblioteca Nacional da França expõe ficou escondido durante mais de 150 anos devido a seu conteúdo "imoral" e "pornográfico”.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Reflexões do texto "Ticiano, Ovídio e os códigos da figuração erótica no século XVI

Universidade Estadual de Santa Cruz
Curso: Comunicação Social 2008.1
Disciplina: Teoria da imagem
Professor: Otávio Filho
Aluna: Érika Passos

A era da arte foi um momento de liberdade humana, liberdade dos domínios da Igreja, conquista do humanismo sobre a Teologia, ou seja, a imagem erótica sobre a imagem sacra. Essa libertação possibilitou um novo olhar do corpo e da sexualidade, o corpo como objeto de desejo erótico e não vulgar. A imagem erótica provoca sexualmente, excita o espectador-fruidor, geralmente masculino, por isso a figura feminina passou a ser alvo de discussões. No âmbito religioso, esse erotismo era proibido, pois revela uma mensagem complexa e antes escondida, e sabemos que a Igreja tem medo das revelações da comunicação.


Acts of mercy,séc.XVI por Pieter Brueglseven

domingo, 28 de setembro de 2008

Comentário sobre o texto ” Ticiano, Ovídio e os códigos da figuração erótica no século XVI”, de Carlo Ginzburg.

Universidade Estadual de Santa Cruz
Aluna: Ítala Santana
Curso: Comunicação Sócia- 2º Semestre
Professor: Otávio Filho
Disciplina: Teorias da imagem


Ticiano, Ovídio e os códigos da figuração erótica no século XVI

O poder da imagem sempre foi conhecido pelos diversos segmentos sociais, as igrejas sempre enxergaram este poder, por isso a tentativa de usá-las para controlar os fiéis e a grande preocupação e retaliação com aquelas que a não interessavam. O erotismo é um tema polêmico até mesmo nos dias de hoje, no século XVI o erotismo era algo praticamente proibido e a presença de imagens que aflora os desejos mais “obscuros” dos seres humanos sofriam retaliações, já que a igreja pregava a purificação da alma e desvalorização do corpo. E as imagens eróticas colocavam em risco esta ideologia, tendo em vista que provocam turbilhões de sensações principalmente corpóreas.

Imagens do Século XVI



Santa Maria Madalena(Madalena penitente)(1530-1535)





Dioniso e Ariadne - Ticiano


La Formarina, 1518-1519 Raffaello Santi

Ticiano, Ovídio e os códigos da figuração erótica no século XVI

Universidade Estadual de Santa Cruz
Comunicação Social - II semestre
Discente: Marília Gabriela Morais Borges
Disciplina: Teorias da Imagem
Docente: Otávio Filho


Analisando o erotismo das obras de Ticiano, Carlos Ginzburg inicia o texto explicitando que a imagem erótica atua seja ela pela representação ou não do ato sexual. Com uma retrospectiva sobre a imagem, desde uma visão teológica, quando as imagens eram utilizadas como ilustrações de fatos religiosos até a conotação do prazer estético atribuído à elas, o autor proporciona a reflexão sobre o caráter influenciador que a imagem adquiriu, já que a partir das pressões da reforma protestante que a igreja católica sofria e preocupada com o controle da vida sexual influenciada pelas imagens eróticas, mas também com propósito de usar imagens sacras para restabelecer a abalada relação com os fiéis, esta configuração imagética foi alterada. Como afirma o autor essas imagens tinham um ponto em comum: umas estimulavam o apetite sexual, outras a piedade religiosa.






O Nascimento de Vênus - Sandro Botticelli






Marte e Vênus presos na rede de Vulcano, Martin Van Heemskerk(1536)


Diana e Actéon de Ticiano

Ticiano, Ovídio e os Códigos da Figuração Erótica no Século XVI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ.

Acadêmica: Égila da Silva Passos.

Curso: Comunicação Social.

Disciplina: Teorias da Imagem.

Professor:Otávio Filho.


O texto de Carlo Ginzburg a priori relata o início da eclosão das imagens, durante o século XVI na Igreja Católica. Logo depois o autor faz um questionamento com relação a saber como atua uma imagem erótica e o que é essa imagem, como também, fala da dificuldade de decifrar esse tipo de imagem.

Logo depois o texto aponta a preocupação por parte da hierarquia católica, com relação à intencionalidade e a supra-intencionalidade da imagem erótica. Imagens essas que eram inacessíveis às massas e era apresentada no circuito icônico, reservada a elite da época.

Relata um pouco dos quadros feitos por Ticiano e de suas poesias. Enfim, como diz o autor: “(...) século XVI o perfeito protótipo da imagem pintada para excitar sexualmente o espectador” (Ginzburg, 1989, p.124)


Dânae - cerca de 1554 - Museu do Prado, Madri

Vênus de Urbino, de Ticiano. Apesar da timidez em seu olhar, a sua mão a escoder uma parte nua, também insinua um convite.

Marte e Réia Sílvia.
Pierre Paul rubens (período barroco - 1616/1617).
Viena, Liechtnstein Museum.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Fichamento

Universidade Estadual de Santa Cruz
Comunicação Social - II semestre
Discentes: Égila Passos, Emilly Nogueira,
Érika Passos, Ítala Santana, Marília Gabriela
Disciplina: Teorias da Imagem
Docente: Otávio Filho




DEBRAY, Régis. Vida e morte da Imagem: uma história do olhar no ocidente, Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.

Capítulo VIII

As três idades do olhar

1. A história do olhar não é como as outras histórias que divide-se em tempo(antigo, medieval, clássico, moderno e contemporâneo), ela tem uma temporalidade própria.

2. Divide-se a história do olhar em três eras: a do ídolo, a da arte e a do visual, sendo que nenhuma dessas eras exclui a outra, elas de interligam sempre. Essas midiasferas ocorrem de acordo com o revezamento de pensamentos e conseqüentemente de poder.

3. Poder e dinheiro sempre foram e continuam sendo os tutores da arte.

4. As três midiasferas possuem velocidades diferentes em relação ao tempo, o ídolo é a imagem de um tempo imóvel, a arte é de uma imagem já em movimento, porém, lenta. E no visual a imagem está em grande velocidade.

5. O ídolo é a transição do mágico para o mundo religioso, mais precisamente para o mundo cristão, o mundo das simbologias.

6. A arte é a transição do cristão, teológico, para o mundo histórico.

7. O visual é a mudança do individual para o mundo.


Índice, Ícone, Símbolo

8. O autor faz uma classificação das três representações, sendo: o índice um fragmento do objeto ou em contigüidade com ele, parte de um todo; o ícone assemelha-se a coisa, mas não é; já o símbolo não tem nenhuma relação de semelhança com a coisa, decifra-se com auxílio de um código.

9. A imagem-índice quase que exige ser tocada; a imagem-ícone inspira somente prazer, tem valor artístico; a imagem-símbolo requer um distanciamento, tem valor sociológico.

10. O regime ídolo além do visível é a sua norma e razão de ser, rende glória àquilo que supera; regime arte o além da representação e o mundo natural, a glória é compartilhada; regime visual a imagem torna-se seu próprio referente, toda a glória é para ela constituindo certa hierarquia.

11. As eras se transformam constantemente como, por exemplo, a “arte” greco-romana faz passar do índice para o ícone a arte moderna do ícone para o símbolo. Na era do visual, o círculo da arte contemporânea inverte e retorna do tudo simbólico a uma busca desesperada do índice.

12. A contemplação artística como complemento do corpo.

A escrita no começo

13. A imagem como complemento das pronúncias verbais no desenvolvimento da escrita.

14. Para o autor a imagem é a mãe do signo, mas o nascimento do signo da escrita permite à imagem viver plenamente sua vida de adulto, separada da palavra e livre de suas tarefas triviais de comunicação.


15. Transformação das pinturas rupestres de símbolos escritos à função plástica da imagem, competidora e complementar do utensílio lingüístico.

A era dos ídolos

16. “O ícone não é um retorno semelhante ao modelo, mas uma imagem divina, teôfanica e litúrgica, que não tem valor por sua forma visível peculiar, mas pelo caráter deificante de sua visão, isto é, pelo seu efeito”.

17. Pelo fato do tema ídolo ser mais antigo e ter um alcance geral, dá-se preferência a ele.

18. O ídolo pode englobar o divino cristão sem se reduzir a isso.

19. “No ” regime ídolo ”, a prática da imagem não é contemplada e a percepção não constitui um critério. O poder imagem não está em sua visão, mas em sua presença”.


A era da arte

20. A era da arte corresponde a grafosfera, que traça uma linha cronológica do surgimento da imprensa à TV em cores, e apresenta lentidão no tempo;

21. Com a invenção da imprensa por Gutenberg, a arte conquista o ocidente tendo como língua materna o italiano;


22. Com intenção de imortalizar, a genialidade da ilusão pertencente à arte transita o teológico para o histórico, ou, o humanismo sobre o divino;

23. Pode-se considerar a era da arte como forma de libertação ou liberação do indivíduo em relação à religião, um modo de autonomia do artista que assume sua individualidade;


24. O reino da individualidade criadora será mais elitista, socialmente mais fechado, o quadro humaniza, mas também privatiza;

25. O advento dessa arte é uma junção de um lugar (fora dos templos) com um discurso (diferente dos teológicos), com um espaço fora da igreja, no adro, a arte cria sua própria lei;


26. Com a arte, a imagem muda de signo, torna-se aparência, objeto;

27. A arte atribui ao artista o status de Deus, e sua obra não mais é que uma simples encomenda religiosa do contrato medieval e sim produto do mercado cujo valor é estabelecido pela lei da oferta e da procura.









quarta-feira, 20 de agosto de 2008

A imagem

Érika Passos
Universidade Estadual de Santa Cruz
Comuicação Social-II semestre
Prof.:Otávio Filho
Disciplina:Teorias da imagem


O texto de Octavio Paz nos propõe a refletir sobre os diversos sentidos da palavra imagem, que é pluralíssima. A imagem em questão é analisada de modo metafórico, nos colocando de frente aos contrários (ex. poesia e ciência), por isso a imagem é um mistério, que quando decodificado nos revela algo sobre o mundo e sobre o próprio homem e o verdadeiro ser, "a imagem é a cifra da condição humana” (p.38-1998). Porém, essa distância das realidades dos contrários é unida quando temos uma premissa maior, depois uma premissa menor e uma conclusão, é a chamada operação unificadora (silogismo). No âmbito da imagem os objetos não são representados como realmente são e sim como poderiam ser, dessa forma a logicidade científica, modo de pensar ocidental, empobrece a imaginação livre, o pensamento. A imagem se explica por si só de modo particular, diferente das palavras que sempre podem ser ditas de outra forma. Então podemos afirmar que "sentido e imagem são a mesma coisa". Ver uma imagem é um exercício de aprendizado: aprender a ver e compreender, e pensar sobre aquela imagem, a imagem é silenciosa não precisa ser dita, a imagem nos revela quem somos, ou seja, conhecer essa pluralidade é conhecer a nós mesmos.

Referência:
PAZ, Octavio. A imagem. [tradução Sebastião Uchoa Leite]. São Paulo:
Perspectiva, 2005

terça-feira, 19 de agosto de 2008

"O sentido da imagem é a própria imagem"



















Égila Passos
II Semestre de Com. Social - UESC
Disciplina:Teorias da Imagem
Professor: Otávio Filho



A palavra imagem nos remete a múltiplos sentidos como: a imagem que o público faz de uma pessoa, ou que indivíduo faz de si mesmo, representação de pessoa por meio de desenhos, pinturas, fotografias, cinema, outdoor, televisão, representação mental, lembranças, entre outros. Quaisquer que sejam as diferenças com relação aos vários significados que a palavra imagem tem, como afirma Octavio Paz em seu texto intitulado “A Imagem”, todas têm em comum a preservação da pluralidade de significados da palavra sem quebrar a unidade sintática da frase ou do conjunto de frases.
Quando analisamos uma poesia, por exemplo, ela pode nos oferecer uma pluralidade de imagens em nossas mentes. Contudo, a imagem que o poeta cria, se distancia da que a ciência faz do mundo, Paz vem afirma que “... a realidade poética da imagem não pode aspirar à verdade. O poema não diz o que é e sim o que poderia ser”. O poeta é o portador das possibilidades, a ciência das afirmações. A ciência em meio ao processo unificador da imagem, a empobrece- as, o mesmo não ocorre com a poesia, que pode muito bem ousar com as coisas.
A imagem é uma frase em que a pluralidade de significados não desaparece. A imagem recolhe e exalta todos os valores das palavras, sem excluir os significados primários e secundários. Octavio Paz afirma: O sentido da imagem é a própria imagem: não se pode dizer com outras palavras. A imagem explica-se a si mesma. Nada, exceto ela, pode dizer o que quer dizer. Sentido e imagem são a mesma coisa.


A imagem que a poesia cria é “mágica”, já que os poetas brincam com nossos sentimentos















Universidade Estadual de Santa Cruz
Comunicação Social - 2º semestre.
Aluna: Ítala Santana Santos
Disciplina: Teorias da Imagem
Professor: Otávio Filho

A palavra imagem tem vários significados, os cientistas preferem utiliza-lá no sentido técnico, como ela sendo apenas forma de representação visual de um objeto, já os poetas acreditam que a imagem é portadora de possibilidades, que mexem com a imaginação, onde não é preciso provas para crer na sua existência. Octavio Paz em seu texto a "Imagem", nos remete a pensar que quando as palavras são organizadas torna-se possível descrever o mundo fora dos conceitos reais, criar imagens através do modo de dizer. Quaisquer que sejam as diferenças que as separam, todas têm em comum a preservação da pluralidade de significados das palavras, mesmo que o poeta coloque em pé de igualdade coisas completamente diferentes, nada deixa de ser, mas nada é o que é. A imagem que a poesia cria é “mágica”, já que os poetas brincam com nossos sentimentos, nos faz enxergar além, transformam algo completamente diferente em semelhantes. A imagem que o poeta cria se distancia da imagem que a ciência faz do mundo, porém esta imagem não foge da realidade é apenas uma nova visão de um fato. Tudo dependente do sentido, desde o mais simples ao mais grandioso. Um objeto necessita ser avaliado com calma para que se entender a legítima definição.

A imagem

Emilly Francielle Nogueira
II Semestre
Teorias da imagem
Professor Otávio Filho


O texto de Octávio Paz trata da imagem e de seus inúmeros significados, colocando em análise as diferentes formas de visão da imagem, do mundo ocidental e do mundo oriental. Octávio afirma que o mundo ocidental se recusa a romper a barreira da transmutação, pois, eles ainda temem pensar no além da visão, diferentemente dos orientais que ousam em acreditar na identidade dos contrários onde o isto pode ser o aquilo tranquilamente.
Quando se fala em imagem a quantidade de significados que essa palavra nos remete é imensa, a imagem em si é uma forma particular de vê o mundo. A ciência e a poesia são exemplos disso, de acordo com Octávio Paz a ciência acredita na imagem apenas como forma de visualização do objeto, nada, além disso, já os poetas permitem uma flexibilidade maior em relação a isso, eles crêem na transmutação dos termos sem deixarem de ser o que realmente são, conforme cita Chuang- Tse “Não há nada que não seja isto; não há nada que não seja aquilo.Isto vive em função daquilo..” A linguagem nos leva a essa classificação do isto ou aquilo, e a imaginação permite que cada um crie a sua verdadeira imagem, independente do mundo lá fora, sem excluir os seus verdadeiros valores, “a verdade estética da imagem só vale dentro do seu próprio universo”, ela dispensa explicações, explica-se por si só.

A Imagem

Universidade Estadual de Santa Cruz
Comunicação Social - 2º semestre.
Aluna: Marília Gabriela Morais Borges
Disciplina: Teorias da Imagem
Professor: Otávio Filho



A Imagem


Segundo Octavio Paz, a imagem pode apresentar diferentes significados. Elas possibilitam diversas interpretações e sentidos, como, por exemplo, quando se trata de figura real ou irreal, ganha um sentido psicológico e passa a ser produto imaginário. Os poetas designam com a palavra imagem toda forma verbal, frase ou conjunto de frases, e unidas compõe um poema. Mesmo quando nomeiam as coisas, os elementos da imagem não deixam de ser o que são, apenas restringe o seu significado e diz o que é, não o que poderia ser.
Uma palavra pode ter diversos significados, mas quando compõe uma frase pode ter um determinado sentido. Muitas vezes algo que é dito, é compreendido incorretamente, mas a imagem, apesar de ser uma só, possibilita diversas interpretações. Para Paz, toda imagem aproxima ou conjuga realidades opostas, indiferentes ou distanciadas entre si, ou seja, submete a unidade à pluralidade do real.
Chuang-Tsé, citado no texto, afirma: “Isto vive em função daquilo”. A complementaridade dos opostos reforça os diversos sentidos das imagens e produzem uma nova realidade. A imagem explica-se a si mesma, não pode ser explicada com outras palavras.