segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Contraponto entre os textos da Folha de São Paulo e o de Carlos Ginzburg – Ticiano, Ovídio e os Códigos da Figuração Erótica no Século XVI.
por: Égila Passos

A priori o que venha ser erotismo? A gênese dessa palavra está no berço grego, “erotos”, com o sentido de amor e significa paixão amorosa, amor lúbrico, ou seja, que não tem atrito, amor que produz um relacionamento saudável. A palavra erotismo, embora usada com uma conotação negativa, retrata um amor altruísta e não destruidor. Esse termo também foi muito questionado durante o século XVI pela Igreja no âmbito da imagem. O texto de Carlo Ginzburg revela que a hierarquia Católica se preocupava com intencionalidade e a supra-intencionalidade da imagem erótica, sendo que estas eram reservadas somente para a elite da época, a massa não tinha o acesso. Havia-se uma preocupação com o que estava sendo exposto para sociedade, a Igreja tentava subtrair à visão as imagens que tivessem mesmo que um mínimo de potencialidade erótica. Assim foi com as pinturas de Ticiano.

E em pleno o século XXI, são perceptíveis na sociedade as tentativas de repreensão a tudo que apresente na sua essência o erotismo. Recentemente deparamos com a censura no Rio de Janeiro a um professor de literatura e poeta Oswaldo Martins Teixeira, que foi recriminado pela escola em que lecionava - a qual afirma estimular a expansão cultural -, pelo fato de escrever poemas eróticos. Ele ao se defender afirma: “... Estou muito mais preocupado com o obscurantismo, com a certeza dos censores. A poesia luta contra isso...” A sociedade que proclama a liberdade de expressão, não pensa e agi da mesma forma. Ainda faz-se presente na sociedade contemporânea às trevas da Idade Média, a obscuridade. Com isso, vê-se a necessidade de um despertar verdadeiro para enxergar a arte na sua essência, na sua totalidade.




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