terça-feira, 30 de setembro de 2008

Reflexões do texto "Ticiano, Ovídio e os códigos da figuração erótica no século XVI

Universidade Estadual de Santa Cruz
Curso: Comunicação Social 2008.1
Disciplina: Teoria da imagem
Professor: Otávio Filho
Aluna: Érika Passos

A era da arte foi um momento de liberdade humana, liberdade dos domínios da Igreja, conquista do humanismo sobre a Teologia, ou seja, a imagem erótica sobre a imagem sacra. Essa libertação possibilitou um novo olhar do corpo e da sexualidade, o corpo como objeto de desejo erótico e não vulgar. A imagem erótica provoca sexualmente, excita o espectador-fruidor, geralmente masculino, por isso a figura feminina passou a ser alvo de discussões. No âmbito religioso, esse erotismo era proibido, pois revela uma mensagem complexa e antes escondida, e sabemos que a Igreja tem medo das revelações da comunicação.


Acts of mercy,séc.XVI por Pieter Brueglseven

domingo, 28 de setembro de 2008

Comentário sobre o texto ” Ticiano, Ovídio e os códigos da figuração erótica no século XVI”, de Carlo Ginzburg.

Universidade Estadual de Santa Cruz
Aluna: Ítala Santana
Curso: Comunicação Sócia- 2º Semestre
Professor: Otávio Filho
Disciplina: Teorias da imagem


Ticiano, Ovídio e os códigos da figuração erótica no século XVI

O poder da imagem sempre foi conhecido pelos diversos segmentos sociais, as igrejas sempre enxergaram este poder, por isso a tentativa de usá-las para controlar os fiéis e a grande preocupação e retaliação com aquelas que a não interessavam. O erotismo é um tema polêmico até mesmo nos dias de hoje, no século XVI o erotismo era algo praticamente proibido e a presença de imagens que aflora os desejos mais “obscuros” dos seres humanos sofriam retaliações, já que a igreja pregava a purificação da alma e desvalorização do corpo. E as imagens eróticas colocavam em risco esta ideologia, tendo em vista que provocam turbilhões de sensações principalmente corpóreas.

Imagens do Século XVI



Santa Maria Madalena(Madalena penitente)(1530-1535)





Dioniso e Ariadne - Ticiano


La Formarina, 1518-1519 Raffaello Santi

Ticiano, Ovídio e os códigos da figuração erótica no século XVI

Universidade Estadual de Santa Cruz
Comunicação Social - II semestre
Discente: Marília Gabriela Morais Borges
Disciplina: Teorias da Imagem
Docente: Otávio Filho


Analisando o erotismo das obras de Ticiano, Carlos Ginzburg inicia o texto explicitando que a imagem erótica atua seja ela pela representação ou não do ato sexual. Com uma retrospectiva sobre a imagem, desde uma visão teológica, quando as imagens eram utilizadas como ilustrações de fatos religiosos até a conotação do prazer estético atribuído à elas, o autor proporciona a reflexão sobre o caráter influenciador que a imagem adquiriu, já que a partir das pressões da reforma protestante que a igreja católica sofria e preocupada com o controle da vida sexual influenciada pelas imagens eróticas, mas também com propósito de usar imagens sacras para restabelecer a abalada relação com os fiéis, esta configuração imagética foi alterada. Como afirma o autor essas imagens tinham um ponto em comum: umas estimulavam o apetite sexual, outras a piedade religiosa.






O Nascimento de Vênus - Sandro Botticelli






Marte e Vênus presos na rede de Vulcano, Martin Van Heemskerk(1536)


Diana e Actéon de Ticiano

Ticiano, Ovídio e os Códigos da Figuração Erótica no Século XVI

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ.

Acadêmica: Égila da Silva Passos.

Curso: Comunicação Social.

Disciplina: Teorias da Imagem.

Professor:Otávio Filho.


O texto de Carlo Ginzburg a priori relata o início da eclosão das imagens, durante o século XVI na Igreja Católica. Logo depois o autor faz um questionamento com relação a saber como atua uma imagem erótica e o que é essa imagem, como também, fala da dificuldade de decifrar esse tipo de imagem.

Logo depois o texto aponta a preocupação por parte da hierarquia católica, com relação à intencionalidade e a supra-intencionalidade da imagem erótica. Imagens essas que eram inacessíveis às massas e era apresentada no circuito icônico, reservada a elite da época.

Relata um pouco dos quadros feitos por Ticiano e de suas poesias. Enfim, como diz o autor: “(...) século XVI o perfeito protótipo da imagem pintada para excitar sexualmente o espectador” (Ginzburg, 1989, p.124)


Dânae - cerca de 1554 - Museu do Prado, Madri

Vênus de Urbino, de Ticiano. Apesar da timidez em seu olhar, a sua mão a escoder uma parte nua, também insinua um convite.

Marte e Réia Sílvia.
Pierre Paul rubens (período barroco - 1616/1617).
Viena, Liechtnstein Museum.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Fichamento

Universidade Estadual de Santa Cruz
Comunicação Social - II semestre
Discentes: Égila Passos, Emilly Nogueira,
Érika Passos, Ítala Santana, Marília Gabriela
Disciplina: Teorias da Imagem
Docente: Otávio Filho




DEBRAY, Régis. Vida e morte da Imagem: uma história do olhar no ocidente, Petrópolis, RJ: Vozes, 1993.

Capítulo VIII

As três idades do olhar

1. A história do olhar não é como as outras histórias que divide-se em tempo(antigo, medieval, clássico, moderno e contemporâneo), ela tem uma temporalidade própria.

2. Divide-se a história do olhar em três eras: a do ídolo, a da arte e a do visual, sendo que nenhuma dessas eras exclui a outra, elas de interligam sempre. Essas midiasferas ocorrem de acordo com o revezamento de pensamentos e conseqüentemente de poder.

3. Poder e dinheiro sempre foram e continuam sendo os tutores da arte.

4. As três midiasferas possuem velocidades diferentes em relação ao tempo, o ídolo é a imagem de um tempo imóvel, a arte é de uma imagem já em movimento, porém, lenta. E no visual a imagem está em grande velocidade.

5. O ídolo é a transição do mágico para o mundo religioso, mais precisamente para o mundo cristão, o mundo das simbologias.

6. A arte é a transição do cristão, teológico, para o mundo histórico.

7. O visual é a mudança do individual para o mundo.


Índice, Ícone, Símbolo

8. O autor faz uma classificação das três representações, sendo: o índice um fragmento do objeto ou em contigüidade com ele, parte de um todo; o ícone assemelha-se a coisa, mas não é; já o símbolo não tem nenhuma relação de semelhança com a coisa, decifra-se com auxílio de um código.

9. A imagem-índice quase que exige ser tocada; a imagem-ícone inspira somente prazer, tem valor artístico; a imagem-símbolo requer um distanciamento, tem valor sociológico.

10. O regime ídolo além do visível é a sua norma e razão de ser, rende glória àquilo que supera; regime arte o além da representação e o mundo natural, a glória é compartilhada; regime visual a imagem torna-se seu próprio referente, toda a glória é para ela constituindo certa hierarquia.

11. As eras se transformam constantemente como, por exemplo, a “arte” greco-romana faz passar do índice para o ícone a arte moderna do ícone para o símbolo. Na era do visual, o círculo da arte contemporânea inverte e retorna do tudo simbólico a uma busca desesperada do índice.

12. A contemplação artística como complemento do corpo.

A escrita no começo

13. A imagem como complemento das pronúncias verbais no desenvolvimento da escrita.

14. Para o autor a imagem é a mãe do signo, mas o nascimento do signo da escrita permite à imagem viver plenamente sua vida de adulto, separada da palavra e livre de suas tarefas triviais de comunicação.


15. Transformação das pinturas rupestres de símbolos escritos à função plástica da imagem, competidora e complementar do utensílio lingüístico.

A era dos ídolos

16. “O ícone não é um retorno semelhante ao modelo, mas uma imagem divina, teôfanica e litúrgica, que não tem valor por sua forma visível peculiar, mas pelo caráter deificante de sua visão, isto é, pelo seu efeito”.

17. Pelo fato do tema ídolo ser mais antigo e ter um alcance geral, dá-se preferência a ele.

18. O ídolo pode englobar o divino cristão sem se reduzir a isso.

19. “No ” regime ídolo ”, a prática da imagem não é contemplada e a percepção não constitui um critério. O poder imagem não está em sua visão, mas em sua presença”.


A era da arte

20. A era da arte corresponde a grafosfera, que traça uma linha cronológica do surgimento da imprensa à TV em cores, e apresenta lentidão no tempo;

21. Com a invenção da imprensa por Gutenberg, a arte conquista o ocidente tendo como língua materna o italiano;


22. Com intenção de imortalizar, a genialidade da ilusão pertencente à arte transita o teológico para o histórico, ou, o humanismo sobre o divino;

23. Pode-se considerar a era da arte como forma de libertação ou liberação do indivíduo em relação à religião, um modo de autonomia do artista que assume sua individualidade;


24. O reino da individualidade criadora será mais elitista, socialmente mais fechado, o quadro humaniza, mas também privatiza;

25. O advento dessa arte é uma junção de um lugar (fora dos templos) com um discurso (diferente dos teológicos), com um espaço fora da igreja, no adro, a arte cria sua própria lei;


26. Com a arte, a imagem muda de signo, torna-se aparência, objeto;

27. A arte atribui ao artista o status de Deus, e sua obra não mais é que uma simples encomenda religiosa do contrato medieval e sim produto do mercado cujo valor é estabelecido pela lei da oferta e da procura.