sábado, 1 de novembro de 2008

Arquitetura da Destruiçao

Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC
Discentes: Égila Passos, Érika Passos, Emilly Nogueira, Ítala Santana e Marília Gabriela.
Data: 01/11/2008.
Curso: Comunicação Social
Disciplina: Teorias da Imagem
Docente: Otávio Filho



RESENHA CRÍTICA

Cohen Peter. Arquitetura da Destruição. Direção: Peter Cohen. Elenco: Bruno Ganz, Rolf Arsenius, Sam Gray. Suécia, 1992.


1. CREDENCIAIS DO AUTOR

Peter Cohen é um cineasta sueco , nascido na cidade de Lund. Sua principal obra, um documentário que levou alguns anos para atingir os cinemas alternativos dos Estados Unidos da América e Brasil. Outras obras:

Cohen Peter. The Story of Chaim Rubowski and the Jews of Lodz 1984.

______ Homo Sapien 1900 (1998).


2. RESUMO DA OBRA

O documentário “Arquitetura da Destruição” conduz o espectador a refletir sobre uma outra vertente do Nazismo (1933-1945), mostra o movimento de um ângulo diferente dos retratados nos livros de história, em que revela o assunto como sendo de ordem política. Neste filme ele é analisado também do ponto de vista artístico e estético, através de uma linguagem rica, simplificada. Esclarece pontos importantes, mostrando suas reais influências e interesses, retratando a fixação de Adolf Hitler pela arte e pela beleza.



3. PRINCIPAIS PONTOS ABORDADOS NA OBRA

No início dos anos 30, dissipava-se na Alemanha um conceito do Nacionalismo-Socialismo, construído pelo povo, que relacionava o Nazismo com a pureza e caracterizado pela rejeição sexual.

No período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha vivia grandes manifestações artísticas. Adolf Hitler (de origem austríaca, condutor do Terceiro Reich) que havia assumido o poder era um amante da arte, ele era um artista não um político, o seu maior sonho era ser arquiteto. Como isso não aconteceu, viu na política a fonte para expressar suas idéias, criando símbolos, propagandas de acordo com seus dons artísticos. Hitler também tinha Wagner como referência, como ele mesmo afirmou: “Só entende o Nazismo, quem conhece Wagner”. Ele era o seu maior ídolo e absorveu as propostas dele, apoiou-se nos ideais anti-semitistas, ao legado nórdico e o mito do sangue puro.

Dessa paixão que Hitler nutria pelo belo desencadeia todo o massacre do Nazismo e da Segunda Guerra Mundial. O fenômeno do embelezamento do mundo em todos os sentidos, tinha como parâmetro a Antiguidade, Grécia (em destaque Esparta, “O Estado de raça mais pura”) e Roma. Para Hitler a volta ao passado poderia mudar o que estava sendo retratado na sociedade, como a arte de vanguarda, a arte moderna, também chamada de “arte degenerada” sendo comparadas a doenças que se espalhava na sociedade e precisava ser combatida, com uma nova cultura.

Em face disso, a estética ganhava força, era uma das prioridades do governo nazista. Durante este período, a Alemanha passou por grandes transformações arquitetônicas com a construção de grandes museus, a Chancelaria. Com o estopim da Segunda Guerra, as manifestações artísticas não cessaram, as conquistas territoriais significaram também conquistas de obras artísticas e inspiração para as novas construções alemãs. Foi durante este tempo também, que se desenvolveu um novo princípio: que a beleza é a saúde, a arte como espelho da saúde racial. Como também começou haver o massacre ao povo judeu, considerados como um atraso na cultura, parasitas da arte.

Neste momento da história se consegue ver os dois extremos do mundo construídos por Hitler: a arte (sensível) e a ciência-medicina (inteligível). Ele usava a medicina estética para transformar a realidade no imaginário da arte, ali o artista tinha a função de criar um novo homem, forte, bonito e saudável segundo os seus padrões de beleza.

O documentário revela que a força motriz do nazismo foi a estética, sua maior missão era o embelezamento do mundo. Observa-se que tudo que aconteceu neste período estava em função da arte. Nota-se a dimensão do poder ideológico de Hitler, alguém que conseguiu manipular todas as classes de uma nação com argumentos “convincentes” de que a raça ariana era pura e que as demais tinham que ser eliminadas, a Alemanha se tornaria a nação da arte, da expressividade do belo. E engana-se quem pensa que os ideais de Adolf Hitler morreu com ele, ainda há aqueles que cultuam a arte clássica, a arte pela arte, o belo.

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